quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

 

EM 21 DE JULHO DE 1994 DIZIA - "RESTITUIR A FORTALEZA AO POVO DE PENICHE"









Desde sempre a minha geração foi habituada a olhar o Forte de Peniche como coisa sinistra, da qual não convinha que alguém se aproximasse, por conveniência de quem dele se apossou para fins que em nada dignificaram, nem a terra nem a população a que pertence.

Certamente que em épocas mais recuadas e por força da missão militar que cumpriu, também a entrada não seria franca para a grande maioria da população.

Poderemos assim afirmar, sem grande risco de desmentido, que o monumento que possuímos nunca foi plenamente utilizado ao serviço do povo local em actividades lúdicas, culturais ou formativas. Reconhece-se o valor do trabalho que tem sido desenvolvido pelo museu que, em boa hora, ali foi instalado, mas esta acção e muitas outras que também devem ser implementadas ficarão neutralizadas se não for feito o esforço necessário para criar hábitos de utilização daquele maravilhoso local. Por isso tem sido defendido pelo signatário, felizmente acompanhado por muitas outras pessoas, de que é necessário e urgente que se permita o acesso franco e se concretize um plano de ordenamento e ocupação de todos os espaços existentes, que conduza a que cada visitante tenha o seu pretexto para a visita e uso do local.

Quando mais modernamente alguns pretenderam voltar a usurpar o que nos pertence, para satisfação de interesses que não eram fundamentalmente os da população de Peniche, houve uma tomada de posição por parte da Assembleia Municipal de então, que conduziu à elaboração de um relatório indicador das actividades julgadas de interesse para instalação no forte e que foi entregue sob a forma de recomendação ao executivo da Câmara Municipal.

Estávamos em 1985 e pretendia-se o aparecimento urgente do plano global de utilização. Constatamos, porém, que infelizmente tal ainda não se verificou e que não houve, até hoje, qualquer evolução no sentido pretendido, dando-se corpo a uma ideia que, estou certo, terá o acolhimento favorável de toda a população.

Estamos a correr o risco de poder vir a ser dado ao nosso forte qualquer destino que não seja o pretendido ou, o que será muito pouco recomendável, se comecem a instalar de forma anárquica as mais variadas actividades, constituindo compromissos que venham inviabilizar o melhor aproveitamento dos espaços e o necessário enquadramento no regulamento geral, que estará inerente ao plano global que se pretende.

Estão decorridos dez anos desde a data em que a decisão foi tomada e que por motivos que só Deus e alguns homens saberão nada se concretizou, apelamos para que não se deixe passar outra década para que tal aconteça.


UMA NOTA MAIS EM 12/12/2007.

Em 94 lamentava que se tivesse deixado passar uma década sem nada se ter resolvido. O panorama de hoje poucas alterações trouxe. Continuamos, isso é que é a verdade, a correr o risco de intromissões indesejadas como a que, há bem pouco tempo, nos chegou. A nossa fortaleza deve ser, urgentemente, RESTITUÍDA AO POVO DE PENICHE.

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