terça-feira, 8 de janeiro de 2008

 

EM 19 DE JANEIRO DE 1995, DIZIA "VEM AÍ O CARNAVAL"





Pois é, vem aí o Carnaval e a nossa gente já está, certamente, a preparar a salutar tradição de conviver na rua os bons momentos que a época proporciona. Desde sempre me recordo da tendência que o povo da nossa terra tem para tirar partido, de forma muito peculiar, do ensejo que a época carnavalesca proporciona, a fim de dar expamsão ao seu desejo de folguedo e ao sentido crítico bem aguçado, que sempre possuiu.

Certamente que muitos serão aqueles que se recordam do conteúdo das cegadas que nestes dias saíam à rua, autênticas peças de teatro, tal era o esmero com que se ensaiavam e eram interpretadas, sempre recordando factos pitorescos da vida real, que por este ou aquele motivo despertavam o interesse imaginativo de quem as punha em cena.

Tivemos anos que o carnaval se viveu mais intensamente, outros em que a manifestação era menos intensa, até que, de há uns anos a esta parte, parecia que se estaria em risco de perda de interesse por tão agradável evento.


Felizmente que alguém tomou a iniciativa, louvável e muito meritória, de dar um impulso ao renascer desta velha tradição, e assim temos assistido ao incremento do interesse pelo carnaval. Caberá aqui uma justa homenagem aos componentes da comissão que tem exercido esta acção, bem como aplaudir a atitude da Câmara Municipal, quando decidiu apoiá-la.


Seja-me, no entanto, permitido sugerir que o renascer deste interesse não deve ser feito com base na cópia do que se passa por outras paragens. Os brasileiros têm a sua forma característica de o fazer, assim como no nosso país outras populações o fazem da sua forma tradicional. No nosso caso afigura-se-me que deveríamos preservar a nossa forma própria, que é a já referida apresentação das cegadas, cada uma com origem na sua zona da cidade e apresentando publicamente as situações criticáveis, usando para tal a habilidade e engenho de cada um.


Por isso, ao invés do simples desfile de marchas que vão competindo através do seu número de figurantes, da garridice dos seus fatos e até da ausência deles, seria importante que os elementos da comissão promotora do carnaval, procurassem reeditar o aparecimento das cegadas que referi, preservando a manutenção do que é tradicinalmente nosso, moderando um pouco a tendência de se ficar pelo simples desfile de uma marcha e voltando a introduzir em cada uma delas a sua componente teatral, através da sua cegada.


Para facilidade de apreciação das exibições de cada uma das concorrentes que se apresentem, haveria que previamente preparar um conjunto de locais destinados à paragem e exibição de cada grupo, criando-se condições da melhor visibilidade possível por parte do público assistente.


Criavam-se, assim, vários polos de animação na cidade, não se quebravam os percursos de desfile ao longo das ruas de ligação entre os polos estabelecidos e dar-se-ía a posibilidade de apreciação das respectivas exibições a um mais alargado número de espectadores.


Esta é a minha participação no trabalho de fazer renascer o gosto pelo carnaval, entre nós, gostaria que não fosse interpretado como intromissão no trabalho que está a ser desenvolvido, que muito respeito e admiro.


EM 08/01/2008 ACRESCENTARIA:

Felizmente que, com cegadas ou sem elas, o carnaval se vai organizando e tendo o seu mérito. Não invalida, porém, que não tenha de lamentar a perda de mais uma nossa tradição, as cegadas, alinhando-se no, talvêz, mais fácil mas como cópia de outras paragens.

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