terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

 

EM 01 DE FEVEREIRO DE 1996, DIZIA " QUE DES'CONSOLAÇÃO "



Já foi afirmado a vários níveis e por pessoas de toda a condição social, que o turismo pode ser uma fonte complementar do rendimento que assegura a subsistência e o bem estar da população do nosso concelho. Também é reconhecido por toda a gente que não bastam as belezas naturais que possuímos para garantir a vinda e, muito mais importante que isso, a estadia, tão prolongada quanto possível, de turistas entre nós.
Na base destas certezas é do melhor bom senso que se procure estabelecer as melhores condições, a vários níveis, para que tanto os residentes como os que nos visitam se sintam bem.
Para além de muitos outros aspectos que devem ser ponderados pesarão, em grande percentagem, os de índole urbanística e da qualidade de vida. Porque assim é, torna-se evidente que a implantação da malha urbana tem que respeitar regras de interesse geral e de defesa do ambiente que a cerca, para além de preservar as belezas naturais que existem como um bem de todos.
Se o que fica dito é verdadeiro quando nos reportamos a qualquer local do nosso concelho, muito mais se aplicará nos locais onde a natureza nos dotou de condições excepcionais, a que nos compete, por isso, corresponder com a atitude responsável de usar preservando.
Se quisermos constatar a forma como é fácil contrariar tudo o que atrás se disse e encontrar o exemplo mais evidente disso mesmo, basta que nos disponhamos a perder um pouco do nosso tempo e apreciemos o que se passa com a urbanização de toda a Consolação, um dos tais locais de excepção com que a natureza nos dotou e a que a nossa falta de sensibilidade e visão do futuro, permitiram que chegasse ao estado em que se encontra.
A construção avançou de tal maneira sobre a praia que a mesma já está sem espaço e o mar começa a dar mostras de poder vir a pôr en risco as estruturas que lhe estão mais próximas. A concentração de construção é de tal ordem que o local mais parece um daqueles bairros habitacionais que circundam as grandes urbes e a que chamamos dormitórios. Na verdade a disputa de cada metro quadrado que sirva para realizar mais uns cobres, parece ser a palavra de ordem. O problema pouco interessará, certamente, a quem tem em vista apenas construir para que, com isso, possa acrescentar mais algum ao seu património pessoal, porém, não se compreende tão bem é que os responsáveis pela manutenção do que é um bem de todos nós, permitam que se chegue ao escândalo que representa o que ali está feito.
Meus senhores, este pedaço da minha terra poderia ser um local agradável, onde as pessoas que aqui vêm passar o verão se sentissem bem, com espaços ajardinados onde pudessem ocupar os seus tempos livres, em que a praia, que afinal é o atrativo principal de quem ali se desloca, tivesse sido preservada e garantida a sua existência futura, onde o esgoto de toda aquela concentração urbana não constutuisse, num futuro próximo, mais um grave problema para resolver.
Enfim, algumas das pessoas que aqui investiram com a ambição de possuirem um bem num local aprazível e devidamente ordenado, como suas legítimas expectativas, poderão começar a sentir-se defraudados e, como consequência lógica, resolverão a sua situação pessoal, procurando noutras paragens o que aqui não foi conseguido, facto que muito teremos que lamentar.
Mas, o que aconteceu entretanto a mais um dos locais de eleição com que a natureza nos dotou? Ficará, certamente, como mais um exemplo negativo do que a ambição de uns tantos e o pouco esclarecimento de outros não souberam respeitar, e que a geração que nos segue virá a julgar, sofrendo, no entretanto, as respectivas consequências.
Perdoem-me as pessoas que, mais uma vez, se derem ao trabalho de ler mais este inconsequente desabafo, perdoem-me aqueles que se sintam atingidos, de entre eles alguns amigos, com o que fica dito, não há a intenção de atingir ninguém em especial, o que há é a revolta natural de quem ama a sua terra e a vê tão mal servida e maltratada.
EM 12 DE FEVEREIRO DE 2008. -
Parante o que vejo naquele local não me ocorre mais para dizer, senão, que "a revolta natural" continua.

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