sábado, 5 de maio de 2012
Desgaste dos oceanos pode custar 1,5 biliões de euros anuais
“Se nada for feito para mitigar as mudanças
climáticas, o custo dos desgastes causados aos oceanos poderá situar-nos em
dois biliões de dólares (1,5 biliões de euros) anuais até 2100, estima um
estudo publicado esta quarta-feira.
Coordenado pelo Instituto do Ambiente, de Estocolmo, o
estudo, intitulado "Valuing the Ocean" (Estimar o Valor dos Oceanos),
foi realizado por uma equipa multidisciplinar que calculou os custos até 2050 e
2100 na pesca e no turismo, resultantes de tempestades, da subida do nível das
águas e na redução da função oceânica de poço de carbono.
Foram considerados dois cenários, adianta a AFP, o
primeiro dos quais relativo à continuação de um nível elevado de emissões de
gases com efeito de estufa, que deverá conduzir a uma subida média da
temperatura em quatro graus até 2100.
Neste caso, o custo da degradação dos oceanos foi
estimado em 1,98 biliões (milhão de milhões) de dólares por ano, o que
corresponde a 0,37% do produto interno bruto mundial, com as perdas do turismo
quantificadas em 639 mil milhões de dólares e as da pesca em 343 mil milhões.
O segundo cenário inclui uma redução rápida das
emissões nos próximos 90 anos, o que limitaria o aumento da temperatura média
do planeta a 2,2 graus centígrados.
Neste caso, os prejuízos causados aos oceanos
ascenderiam a 612 mil milhões de dólares, com as consequências negativas para o
turismo estimadas em 301 mil milhões e as da pesca em 262 mil milhões de
dólares.”
"Estes números são apenas a parte emersa do
icebergue, mas dão uma indicação do custo que se pode evitar, em termos de
futuros desgastes ambientais nos oceanos à escala global", sublinhou o
diretor do grupo de investigação sobre a economia do clima no instituto sueco,
Franck Ackerman.
Os cientistas explicam as degradações estimadas com
vários argumentos, como a acidificação e o aquecimento crescente dos oceanos, a
multiplicação de zonas mortas, a subida do nível das águas e a poluição
marinha.
As estimativas avançadas pelo estudo estão longe de
ser exaustivas, admitem os autores, que consideram que a inação seria
"dramática".
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Etiquetas: Pesca
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