sábado, 4 de janeiro de 2014
Carapaças de caranguejos podem ajudar a reconstruir pele e ossos
Transcrito da Revista da APLOP.
"A indústria farmacêutica e biomédica está interessada em
explorar recentes descobertas sobre novos usos a dar aos caranguejos pilados,
entre as quais, segundo uma investigação, a reconstrução de tecidos a partir de
compostos extraídos das suas carapaças.
Francisco Avelelas (na foto), estudante de 23 anos da Escola de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, defendeu recentemente a sua tese de mestrado, segundo a qual compostos extraídos das carapaças dos crustáceos têm actividade antibacteriana, antifúngica, antioxidante e até proteica.
"Pode ser utilizado em revestimentos de próteses para aumentar o tempo de não rejeição da prótese e em pensos que, com estas actividades antibacterianas e antifúngicas, permitem uma cicatrização mais rápida dos tecidos", explicou à agência Lusa o biólogo.
Francisco Avelelas (na foto), estudante de 23 anos da Escola de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, defendeu recentemente a sua tese de mestrado, segundo a qual compostos extraídos das carapaças dos crustáceos têm actividade antibacteriana, antifúngica, antioxidante e até proteica.
"Pode ser utilizado em revestimentos de próteses para aumentar o tempo de não rejeição da prótese e em pensos que, com estas actividades antibacterianas e antifúngicas, permitem uma cicatrização mais rápida dos tecidos", explicou à agência Lusa o biólogo.
Além disso, têm também reaproveitamento no revestimento de
frutas e outros produtos para aumentar o tempo de prateleira, no revestimento
de comprimidos ou na composição de pesticidas agrícolas menos nocivos para a
saúde e para o ambiente.
Segundo o estudo, pode integrar a formulação de comprimidos
para emagrecimento, permitindo que "os lípidos não sejam absorvidos e
processados pelo organismo para prevenir calorias quando vamos ter uma
alimentação mais calórica".
Apesar de serem capturados com outras espécies pelas artes de
pesca, os caranguejos pilados não têm qualquer valor económico para a pesca,
uma vez que não são consumidos.
Mas, com a investigação em torno das carapaças dos
crustáceos, os biólogos pretendem conferir valor ao recurso, colocando não só
os pescadores a capturar o pescado mas também a indústria farmacêutica e
biotecnológica a explorar comercialmente esses novos usos e já há interesse de
uma empresa dessa área.
Além da aplicação industrial dessa matéria-prima, a empresa
tenciona vir a instalar uma nova fábrica em Peniche, um investimento de um
milhão de euros que pode vir a criar meia dúzia de postos de trabalho
qualificados, adiantou à Lusa Sérgio Leandro, investigador que coordenou o
mestrado.
O investigador defendeu que há condições para instalar um
cluster biotecnológico na cidade, uma vez que, à semelhança dos caranguejos,
existem outros recursos marinhos que podem vir a ser estudados e ser explorados
para outros usos que não os da pesca."
Etiquetas: Curiosidades
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