quarta-feira, 18 de março de 2015

 

O CHORÃO E A BERLENGA


  Projecto LIFE Berlengas é o último impulso que chegou à nossa ilha com o propósito de defesa dos imensos valores que é urgente preservar.
Tem acontecido assim com alguma regularidade, certamente conforme existem subsídios disponíveis, e também com a mesma regularidade temos visto que os propósitos iniciais se vão esbatendo e a Berlenga lá fica exposta aos ditames do seu destino, eternamente defendida pelo grande projecto que a mãe natureza concebeu, qual seja o facto de durante nove meses as condições meteorológicas não permitir facilidades de acesso.
É meu ponto de vista, pelo que fica dito, que é urgente que a nossa ilha seja dotada de um plano permanente de sustentabilidade, que permita a que a sua preservação não fique sujeita a impulsos ocasionais, quase sempre de curta duração e sem que as intenções se consolidem.
A nossa ilha começa por ser o território do nosso país onde há mais gente a mandar por metro quadrado, o que não facilita nada a que seja estruturado o necessário plano permanente de sustentabilidade, acrescentando-se-lhe o facto de a gente de Peniche e os seus representantes políticos se haverem, desde sempre, submetido à vontade dos alheios ao burgo.
Voltando ao projecto LIFE Berlengas que na sua apresentação manifestou todo o entusiasmo na concretização de um vasto programa, que trouxe, a quem esteve presente, um conjunto de expectativas que, esperemos, sejam concretizadas, começou com o trabalho de eliminação do chorão por ser uma planta infestante.
É uma verdade já conhecida na altura em que ali foi colocado, só que também foi marcada uma área para além da qual haveria que o conter.
Que me recorde já deve ser a quarta vez que alguém inicia este mesmo trabalho e passado algum tempo tudo fica na mesma, até que novo impulso apareça e se recomece o trabalho desde o início, pois o crescimento da planta é constante.
A intenção da sua introdução foi a de segurar as arribas adjacentes à praia e passagem para a mesma, diminuindo o perigo da constante queda de pedras, para além de evitar que a linha de água que separa a Ilha Velha da Berlenga arrastasse todo o terreno onde está implantado o actual parque de campismo.
O retirar por completo do chorão deve ser muito bem pensado e substituído, de imediato, por outra planta, que não vejo exista entre as autóctones, que exerça a mesma função e não seja infestante.
Vamos portanto, interessadamente, acompanhar o desenvolvimento deste projecto e esperar que algo de proveitoso seja implementado na nossa ilha.

Março de 2015.

João Avelar
(Escrito fora do actual acordo ortográfico)

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