domingo, 12 de julho de 2015
Análise pessoal do projecto Life-Berlengas
Tomo a liberdade de publicar um texto analítico do
projecto Life – Berlengas cujo endereço electrónico indico abaixo. Neste texto
saliento a negrito os títulos que observo e em escrita normal o comentário que
se me oferece. Para que seja perceptível o conteúdo do meu comentário é
aconselhável que seja lido o dito projecto.
O projecto –
Capacidade de
Carga -
Avaliação da capacidade de carga, que já existe, deve ter
em conta a influência que a ilha tem para o turismo local e considerar que a
maior e única defesa que a Berlenga tem, são os nove meses em que não vai lá
ninguém.
Implementação
efectiva do plano de gestão da ZPE-
Porque não a participação da AAB-Associação dos Amigos da
Berlenga?
As ameaças das
espécies não indígenas invasoras –
Inclui o homem?
O airo desapareceu mais, porventura, pela alteração
meteorológica (aquecimento global) do que pela acção predadora, que sempre
existe.
A comissão científica do projecto não se pronunciou
quanto à intromissão da entidade que está a envenenar os ratos ao mesmo tempo
que a acção do projecto já está no terreno?
Sardão –
Ainda em 2013 tive a oportunidade de observar um sardão.
Excessos populacionais
-
E as gaivotas em excesso não provocam a acidificação do
terreno e desaparecimento de muitas plantas?
Como os ratos pretos estão na ilha há centenas de anos o
roque de castro há séculos que não nidifica na ilha, será que pode ser
considerado espécie endémica? Ou, pelo contrário, querem forçar a entrada do
roque de castro?
Rato preto –
No projecto é feita a afirmação que o rato preto da
Berlenga é igual ao de todo o mundo, porquê então me foi anunciado que estão
preocupados em analisar esta espécie, a nível genético e biológico? Trata-se,
no mínimo, de uma afirmação prematura.
Quando afirmamos que temos informação de que o rato preto
da Berlenga está geneticamente adaptado, baseamo-nos em informações cedidas por
cientistas credíveis, pelo que é de estranhar que não existam estudos.
Quanto à cagarra, que como se sabe tem o seu limite habitacional
norte na Berlenga, ao contrário do Airo para quem a Berlenga era o seu limite
sul, pode estar a beneficiar da mesma alteração climática.
Coelho –
Começo por afirmar que mais de noventa por cento das
pessoas que visitam as Berlengas nunca tiveram a dita de observar um coelho no
local, isto para constatar que a sua presença está longe de poder ser praga.
O chorão –
Na altura em que o chorão foi expandido na Berlenga havia
já a noção das suas características de planta invasora e, portanto, presidiu a
consciência de que ele deveria ser contido na área onde se reconhecia ser útil.
E qual era a utilidade, tendo em vista que a Berlenga pode ser santuário de
tudo mas nunca pode deixar de ser a peça principal do turismo da nossa cidade,
o chorão servia de elemento funcional da segurança das pessoas que visitam a
ilha, impedindo a queda de pedras e derrocada de terras, segurança que deve
estar sempre presente quando se toma qualquer decisão na Berlenga. Coisa
diferente é o facto de nunca haver existido naquela ilha uma entidade que
permanentemente se preocupasse com a boa ordem dos seus equipamentos,
nomeadamente do chorão, antes pelo contrário, sempre se correu atrás de fogachos
ocasionais, ao sabor de interesses alheios e quando houve alguma entidade que
demonstrou interesse em ajudar, nesse sentido, foi posta de parte.
Por conseguinte antes de retirarem o chorão da zona mais
fortemente utilizada pelo turismo visitante, tenham já uma planta indígena capaz
de o substituir nas zonas de queda de pedras e de prováveis desmoronamentos,
porque, alguém estará atento perante os acidentes que vierem a acontecer.
Quanto ao processo de arranque do chorão, ou seja,
deixá-lo no local à espera que ele morra por secagem, devo referir, por
experiência própria, que ele voltará, facilmente, a reactivar a sua
exuberância. É, por isso, indispensável que seja removido do local. Custa mas é
assim.
Como comentário final apraz-me referir que, como em tudo
na vida, o meio-termo é virtuoso. Não embarquemos em fundamentalismos, muito
menos em competição, usemos o bom senso possível procurando controlar o que
existe e deixando de pretender moldar a natureza ao nosso gosto ou interesse,
por mais cientista que sejamos.
Etiquetas: Berlenga
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