segunda-feira, 11 de abril de 2016
Não sei como classificar:
O meu país não tem culpa
das tragédias que vou procurar transmitir-vos, mas alguém está abusando da
paciência dos portugueses, como eu.
Tenho uma palmeira no meu
jardim e, há já dois anos, tenho tratado dela a ponto de ter sido resgatada a
sucessivos ataques do, maldito, escaravelho vermelho.
Também, por questão de
gosto pessoal, possuo um aquário onde mantenho, desde há quarenta anos, três
dezenas de peixes ornamentais.
Para o exercício deste meu
direito sempre recorri ao uso dos medicamentos e produtos necessários para manter
a sua boa saúde, provando que, pelo menos, sei ser responsável.
No espaço de um mês, fui
surpreendido com duas situações que fazem de mim um criançola qualquer,
daqueles que não sabem porque andam neste mundo e vai daí:
Quando me dirigi a uma casa
que vende peixes ornamentais, produtos e acessórios para quem os pretenda,
deparei, quando solicitava a venda de um dos produtos que utilizo há quarenta
anos, com a pergunta da senhora funcionária no sentido de saber se eu era portador
de receita passada por um veterinário.
Posteriormente, quando
pretendi adquirir os produtos que, há dois anos, utilizo para matar o
escaravelho vermelho, perguntaram-me se eu tinha carta de aplicador, sem o que
eu não tenho acesso aos medicamentos e terei que recorrer aos serviços de um
aplicador encartado, que até pode ser menos consciente do que eu próprio me
considero.
O amigo leitor está mesmo a
ver eu com um saquinho na mão, onde transportarei o peixinho doente a caminho
do veterinário, para que ele lhe tire a febre e o ausculte, a fim de passar a
receita adequada.
No caso da palmeira, porque
a primeira coisa que fiz quando pressenti que estava atacada foi recorrer a uma
empresa especialista e obtive por resposta que não se deslocavam para tratar
apenas uma unidade, meti, eu próprio, mãos à obra, felizmente com êxito e
tomando todas as precauções para não atingir estranhos.
Agora neste último caso não
sei se o que se pretende é não ofender o escaravelho, por ser vermelho, ou se
há mais alguma circunstância que eu não esteja a atingir.
O que sei, senhores que
governam o meu país e mais os que, a mando destes, abusam da paciência do
infeliz contribuinte que lhes paga o chorudo e, muitas vezes, imerecido
ordenado mensal, é que eu não vou chamar ao meu país aquilo que me apetece
chamar a vocês, seus incompetentes.
Penso que, se não
estivessem apenas a defender os interesses corporativistas de um conjunto de
amizades, que lhes retribuem com outras tantas amizades, bastaria que me
obrigassem, como cidadão responsável do meu país, a assinar uma declaração, com
todos os princípios que entendessem, a assumir a responsabilidade dos actos que
pretendo praticar, estariam a reconhecer o mais elementar direito de cidadania
a que qualquer português tem direito, o ser responsável.
Etiquetas: O meu pensamento
Comentários:
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Amigo João Avelar: Passei por uma situação semelhante ao pretender adquirir herbicida ,o qual uso à 40 anos, para me livrar de ervas daninhas que me vão aparecendo no jardim.Será necessário um curso de não sei quantos dias/noites com um custo de 170 Euros!!!!Procurei informação complementar pelo que soube que é legislação com cerca de dois anos só que agora é que está ser controlada pela GNR. Tambem fiquei a saber porque é que a nossa cidade está coberta de ervas. Cumprimentos
De salientar que o Município possui funcionários legalmente habilitados para o desempenho da acção em questão, aos quais pagou a dita formação. Por conseguinte, não é por esse motivo que a cidade se encontra coberta de ervas; talvez seja por se encontrar coberta de nabos....
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