segunda-feira, 30 de maio de 2016

 

NOVO VISUAL DO ALTAR DO MUNDO

Visão geral do novo altar exterior

Permite ter a visão total da basílica

De qualquer ângulo

Como aqui também se ilustra

Até da parte de trás


Esta é a visão desde o interior da basílica

Um pormenor do novo altar

A visão nocturna

Um outro aspecto

Estão de parabéns os projectistas e executores do projecto.


Nota - Que pena que não seja assim em todo o lado!









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sábado, 21 de maio de 2016

 

A MEMÓRIA DE UM PASSADO RECENTE:


Estávamos na época da libertação dos pescadores da exploração pelas empresas de pesca privadas.

Floresciam as cooperativas que prometeram o bem-estar e o progresso da actividade da pesca, agora gerida por gente que sabia da arte e que prescindia das grandes remunerações que constituíam, no passado, o jugo da classe piscatória.

Os nomes atribuídos às novas empresas, Fruto da Liberdade, Unidos Venceremos, Fruto de Abril, Luta dos Pescadores, Portugal Livre, etc., assim atestavam o futuro risonho da actividade e das pessoas que nela laboravam.

No banco onde trabalhei, que não chegou a ser Banco do Povo como alguns outros, apareceram, certo dia, 4 trabalhadores libertados a reclamar a entrega imediata de um financiamento que já tinha sido aprovado, ao que me limitei a responder que não tinha qualquer notícia sobre o assunto.

A situação foi-se prolongando até que, uns bons dias depois, fui surpreendido pelo telefonema de uma senhora doutora, cujo nome não recordo, mas que já era conhecida no meio piscatório, a interpelar-me acerca do motivo porque o financiamento em causa não estava concretizado. Respondi que desconhecia o que se passava e solicitei-lhe que me informasse a que departamento do banco pertencia, dado que a minha Direcção Comercial não me havia dado qualquer instrução sobre o assunto. A senhora respondeu-me que era um dos responsáveis pela Secretaria de Estado das Pescas.

Era esta a forma como os assuntos do crédito se resolviam.

Chegada que foi a ordem de efectuação do financiamento, lá fui ao notário local efectuar a escritura do contrato, isto é, colocar nas mãos daqueles 4 indivíduos a verba de sete mil e quinhentos contos.

Passados que foram cerca de dois anos voltaram a aparecer os mesmos quatro investidores a entregar-me as chaves da embarcação.

Não aceitei a situação proposta e, porque entretanto os meus interlocutores já estavam a voltar as costas, as chaves que haviam deixado sobre o balcão, chegaram à rua primeiro que os ditos.

Enfim, esta situação serve apenas para mostrar uma das muitas oportunidades que foram dadas a pessoas incapazes de as aproveitar e cujo resultado foi, sistematicamente, o mesmo.

Não causou, por isso, grande admiração, que todo o grupo cooperativista acabasse da forma que acabou, afinal os salvadores da pátria não tinham a capacidade que apregoavam aos quatro ventos, isto apesar de haverem conseguido fazer aprovar uma lei, altamente democrática, que obrigava as empresas privadas a manterem o mesmo regime de matrícula, ou seja 24 tripulantes, enquanto as cooperativas eram autorizadas a laborar com 15.

O corolário disto tudo foi a venda de grande parte das embarcações para Angola.

Então, os pescadores em nome de quem e para seu bem todo este movimento foi implantado, tiveram a desdita de serem, eles próprios, a irem entregar em Angola, aquilo que lhes fora prometido como o renascimento de suas vidas na pesca, a sua “Galinha dos Ovos de Ouro”.

Tudo isto seria de menor importância se, com todo este drama, não tivesse desaparecido a maior parte da principal actividade da minha terra.

Comecei este escrito com o título “A memória de um passado recente”, porém, será bom que façamos o possível por esquecer, tão rápido quanto possível, esta tragédia que tanto tem custado à minha terra, e será bom que se renasça das cinzas, ou melhor, que destas cinzas nem sequer a memória reste.

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sexta-feira, 13 de maio de 2016

 

IMAGEM PEREGRINA NA BASÍLICA








A Imagem Peregrina, que recentemente visitou Peniche e onde foi tão bem acolhida, ocupou o seu lugar na basílica do Santuário de Fátima.

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

 

O PORQUÊ DA E.S.T.M.


A propósito da palestra rotária intitulada “DO MAR PARA A SOCIEDADE” há dias concretizada no Auditório Municipal sugeriu-se-me esclarecer “O PORQUÊ DA E.S.T.M.”.

Teremos que recuar 40/50 anos para se chegar à génese da necessidade da sua criação.

Viviam-se ainda os tempos que hoje apelidamos de mais ou menos áureos da indústria da pesca e no espírito e conversas de algumas pessoas, interessadas na continuidade do progresso da nossa terra, onde germinava a dúvida, ou melhor dizendo a certeza, de que o que se estava a passar na indústria não teria bom sucesso.

Punham-se em causas algumas más práticas de gestão, mais concretamente o volume de investimentos, alguns inaproveitados e outros a raiar a loucura.

Refiro-me às constantes mudanças de sondas, que tinham que acompanhar os últimos modelos, sem que, a bordo das embarcações houvesse alguém capacitado para tirar o proveito desejado das mesmas, bem como a tal loucura de instalar motores cada vez com mais elevada cavalagem e o consumo associado, e ainda, apesar da instalação de todos estes equipamentos e mais os aladores e arrumadores de redes não resultar em qualquer melhoria, em termos de rendimento, tanto para as companhas, que mantinham o mesmo número de elementos, como para os armadores, que viam desbaratados os respectivos rendimentos.

Peço um pouco da vossa paciência para ilustrar o que atrás fica dito com o relato de situações vividas por mim e que serão confirmadas por muitos dos rapazes da minha idade:

Quantos não foram os filhos desta terra que ouviram o Snr. Victor Laranjeira clamar contra a instalação de motores, na altura de 250/300 cavalos, o que diria ele se chegasse a ver instalarem-se motores de 400/500. Referia aquele pensador das coisas do mar, a quem ninguém ligou qualquer importância, que nos países nórdicos, em embarcações equivalentes não empregavam mais de 100/120 cavalos. Estávamos a trabalhar para os fornecedores de petróleo e equipamentos.
A minha experiência pessoal diz respeito à utilização das sondas. Fui amigo de infância do Humberto Rosa Faustino (Bebé), esse grande autodidata das electrónicas, e passei muitas horas a acompanhá-lo, quer na oficina, quer nas experiências de mar que fazia aos equipamentos instalados.
Testemunho, por isso, que muitas vezes o meu amigo fazia os seus testes aos equipamentos, regulava-os para as profundidades mais utilizadas e acabava, muitas vezes, a sua prelecção com a seguinte frase.
Bem como viram o equipamento está a funcionar e devidamente regulado, agora não mexam nos botões, para parar e ligar está aqui o corta corrente”.

Foi a constatação destes factos e mais alguns outros que chamava a atenção de alguns espíritos mais despertos para a necessidade de alteração destas circunstâncias.

Pelo meio deste longo período passou o vinte cinco de Abril, com ele chegaram à liderança das pescas os homens que vinham revolucionar esta situação e tomar o caminho certo, pensava eu, pois foram mais desastrados que os anteriores e deram cabo do resto.

E aqui está a história da génese da necessidade da criação de uma “ESCOLA SUPERIOR DE PESCA E TECNOLOGIAS DO MAR” para preparar de forma superior, quer nas técnicas e estudo de novos equipamentos, quer na administração dos necessários conhecimentos biológicos,
 como também em técnicas de gestão ligadas à actividade e, por fim, na criação de uma nova mentalidade dos que possam levar a pesca para outras mãos e outros rumos.

Termino este meu testemunho com um esclarecimento. Não tive qualquer influência na instalação da escola que, em boa hora outros levaram por diante, apenas, pela idade que vou tendo, me foi permitido ir seguindo todo este arrastar de desgraça a que chegou a principal actividade da minha terra.

Fico na esperança de que a escola ainda venha, um dia, a preencher esta lacuna da nossa terra, sendo devidamente acompanhada e apoiada por aqueles que têm essa obrigação, afinal, é só ir ver, com olhos bem abertos, o que se passa noutros países.

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