quarta-feira, 21 de junho de 2017
QUANDO UMA DESGRAÇA NOS ALERTA
O que se está a passar com a onda de fogos no país deve
alertar-nos para situações que, em nossa casa, estão latentes, mas podem
acontecer, esperando apenas a oportunidade de se conjugarem as circunstâncias
que levem a que a desgraça, também, nos bata à porta.
A configuração geológica da nossa terra, como península,
fruto do fenómeno que levou à sua formação, apresenta um elevado índice de
vulnerabilidade, motivado pelo estado da preservação do nosso tômbolo, que tem
sido vítima de toda a espécie de atropelos, ao não cuidarmos da preservação do
cordão dunar a norte e com a abertura de novas docas a sul.
Para além disto, continuamos a instalar na parte mais vulnerável
tudo o que, em termos de socorro à população e dos meios operacionais que
dispomos, quartel dos bombeiros e armazéns da Câmara.
Como já tem sido referido, ao longo de muitos anos, o nosso
molhe oeste não oferece as condições de segurança que todos pensamos, veja-se
que já esteve pensada a construção de uma lomba de rebentação para compensação
da sua patente vulnerabilidade, acabando, economicamente e em jeito de tapa
olhos, por lhe ser efectuada uma recarga de tetrápodes.
E se as tais circunstâncias se conjugarem? Como estamos bem
em cima de uma falha geológica, lembram-se dos argumentos impeditivos que foram
usados quando pretenderam instalar-nos uma central nuclear em Ferrel, o que
poderá acontecer se, fruto de um abalo sísmico se gerar um tsunami nesta zona?
Naturalmente que a primeira zona a ser arrasada será a prageira e, com ela, o
quartel dos bombeiros, os armazéns da Câmara e todo o restante equipamento da área.
Resta-nos, felizmente, o nosso bem equipado hospital.
Uma lição que, espero, seja retirada da catástrofe dos fogos
é que NÃO É EM TEMPO DE GUERRA QUE SE LIMPAM AS ARMAS.
Etiquetas: Política Local
Subscrever Mensagens [Atom]
Enviar um comentário
Este blogue não responde a comentários anónimos e apenas responde a perguntas dos comentadores.