segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
CASTELO DE ATOUGUIA DA BALEIA (3)
Em 1448 Afonso V de Portugal (1438-1481) concedeu a D.
Álvaro Gonçalves de Ataíde, pelos bons serviços prestados ao Reino, o título de
1º conde de Atouguia, fazendo-lhe a doação da povoação.
O primeiro documento conhecido onde o sobrenome “da Baleia”
aparece é o "Tombo da Albergaria e Confraria do Santo Espírito de
Atouguia", de 1507, onde se lê "Atouguia da Baleia", na linha 28
da primeira página. Em 1510 a povoação recebeu o "Foral Novo" de
Manuel I de Portugal (1495-1521), passado em Santarém. O episódio do cetáceo
que aqui deu à costa neste período é relatado por Frei Fernando da Soledade
dando conta de que, no ano de 1526 (11 de fevereiro), deu à costa uma baleia,
"no lugar, & sitio aonde chamado a Areia Branca", que "tinha
de comprimento trinta côvados", cuja corpulência "fazia vulto de hum
navio de oitenta toneladas" e que "a espadana da cauda tinha vinte
palmos de largura, & na boca lhe cabiam dous homens de pé, e muito à sua vontade".
(“História Seráfica Cronológica da Ordem de São Francisco da Província de
Portugal”, 1705.) Na igreja de São Leonardo pode ser vista uma costela petrificada
de baleia, de grandes proporções.
O progressivo assoreamento da foz do rio São Domingos e da
enseada de Atouguia, que ligou a ilha de Peniche ao continente por um cordão de
dunas, conduziu ao desenvolvimento da povoação de Peniche: no século XVI, João
III de Portugal (1521-1557) ordenou que se reparassem as muralhas de Atouguia,
numa altura em que a costa portuguesa era ameaçada por piratas e corsários. D.
Luís de Ataíde, então senhor da vila, reconheceu, no entanto, o carácter
secundário da fortificação, em benefício do porto e castelo de Peniche, para o
qual conseguiu mesmo transferir as verbas reais.
Trecho 3
-continua-
Etiquetas: Antigamente
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