quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

 

OS PROJECTOS DA CÂMARA MUNICIPAL


Há três anos anunciavam-nos o projecto para a SEGUNDA FASE da obra do Fosso das Muralhas.





Agora, 26 janeiro 2021, foi assinado o auto de consignação que assinala o arranque das obras para a reabilitação do antigo edifício da Central Elétrica de Peniche.

“O projeto que começa agora a sua execução difere do projeto inicial, porquanto no início do atual mandato o Executivo Municipal aprovou uma alteração ao projeto urbanístico e às funcionalidades, que contemplou a criação de um espaço de galeria destinada a sala multifunções, permitindo a criação de um espaço colaborativo de incubação de empresas, criação de espaços mais amplos e a deslocalização das instalações de apoio ao Estúdio de Dança para o seu interior. O edifício contempla ainda as funcionalidades biblioteca, sala de leitura, espaço Internet, espaços expositivos com caráter permanente e temporário e auditório para 192 espectadores.”

Nota – O texto acima faz parte do anunciado no portal municipal onde é possível ver 216 fotografias de obras executadas entre 03/07/2020 e 27/01/2021.








 

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

 

PORQUE OCULTAM OS NÚMEROS REAIS


A totalidade da comunicação social e partidos políticos publicam os resultados de votação, dos vários candidatos, referindo a percentagem obtida em relação aos votantes.

Ora, como a abstenção está avaliada em 60%, estamos apenas a dar notícia da vontade expressa por 40% dos inscritos nos cadernos eleitorais!

Porquê? Porque têm vergonha da realidade? Com que intenção estão a enganar-nos?

Então aqui ficam os números da realidade, em percentagem dos inscritos nos cadernos eleitorais:

Marcelo Rebelo de Sousa                     24,28%

Ana Gomes                                             5,18%

André Ventura                                         4,76%

João Ferreira                                           1,73%

Marisa Matias                                         1,58%

Tiago Mayan                                           1,29%

Vitorino Silva                                          1,18%

 

São estes os números que temos de refletir, é esta realidade que diz o que representam os nossos políticos.

É partindo da sua apreciação que devemos preocupar-nos com o que se está a passar e quando os políticos de esquerda ou de direita papaguearem, sabermos o que eles representam para os portugueses e exigirmos as alterações de comportamento, necessárias à sua credibilidade perante a generalidade dos portugueses.


 

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sábado, 23 de janeiro de 2021

 

NÃO BASTAVA O QUE SE PASSA EM PORTUGAL?

 Como português, que prezo de ser, custa-me ver o meu país emporcalhado por um idiota, aliás, por um conjunto de idiotas que nos envergonham.

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

 

A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (6)



Características

Exemplar de arquitetura militar, abaluartado, de enquadramento urbano, marítimo e isolado, na cota de cerca de treze metros acima do nível do mar.

O conjunto defensivo caracteriza-se pela otimização das peculiaridades orográficas de Peniche. As diversas construções militares abaluartadas erguidas em torno desta península, tornam-na uma praça-forte inexpugnável: a sul, a Fortaleza de São Francisco, que corresponde à cidadela da vila de Peniche, implanta-se sobre escarpa rochosa, sobranceira à Ribeira Velha ou Portinho (onde atualmente se lança o molhe em betão do porto de pesca) e liga-se no outro extremo ao Alto da Vila; a oeste, o Fortim de Santo António, a Bateria do Porto da Areia, a Bateria do Carreiro do Cabo e o Fortim de Nossa Senhora da Vitória (todos desaparecidos); a norte, o Forte de Nossa Senhora da Luz (em ruína) e a Bateria do Quebrado (derruída); a leste, o Forte das Cabanas e a frente urbana abaluartada. Essas estruturas defensivas articulavam-se com o Forte de São João Baptista da Berlenga (a NO) e o Forte de Nossa Senhora da Consolação (a S) e com o Fortim do Baleal (a N, desaparecido).

Trecho final

Tudo o que foi descrito nestes seis trechos, evidenciam que a realidade FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO é parte integrante de um todo que se chama Peniche, que ela é uma peça indispensável à actividade cultural da nossa terra como pedaço importante da nossa história, não posso e o povo da minha terra não pode descansar, enquanto não for revertida a situação que abutres sem escrúpulos e qualquer tipo de vergonha nos vieram ROUBAR.

Cada um carregará aquilo que for o seu grau de culpa e, se tiver algum pingo de vergonha, lembrar-se-á para sempre da triste figura de que foram interpretes.

Tudo o que se passou durante a preparação deste vergonhoso acto final, foi denunciado, noticiado e criticado em abundância nas páginas deste blogue, embora sem atingir o objectivo de alertar e incitar a população da minha terra a demonstrar, na rua, a sua repulsa pela usurpação da nossa fortaleza.

Este conjunto de publicações está integrado na etiqueta (Fortaleza), bastando clicar nessa indicação para que fique ao seu dispor todas as minhas intervenções acerca do triste acontecimento.


 


 

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sábado, 16 de janeiro de 2021

 

A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (5)


A 3 de janeiro de 1960, teve lugar a chamada "fuga de Peniche", protagonizada por Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues, graças à conivência de um elemento da Guarda Nacional Republicana (GNR) que anuiu à imobilização com clorofórmio de um seu colega responsável pela vigilância dos prisioneiros. O guarda em questão conduziu os fugitivos, um a um, agachados debaixo do seu capote de oleado, até a um troço mais escuro da muralha, de onde desceram para o exterior também com o auxílio de uma corda feita de lençóis.

No início da década de 1980, quando os últimos retornados das ex-colónias deixaram a fortaleza, um grupo de naturais de Peniche, com a concordância da Câmara Municipal e a colaboração de pessoas e entidades de diversas áreas, como o Museu Nacional de Arqueologia, criou nas suas dependências um museu vocacionado para invocar por um lado fatos e memórias da resistência antifascista contra o Estado Novo (setor da resistência) e por outro de Peniche, dando relevo ao mar como elemento dominante no seu contexto natural e histórico (Praça-forte de Peniche setor local). A maior parte do atual acervo provém de doações feitas à época. Nessa fase várias iniciativas culturais tiveram lugar no salão nobre com regularidade.

A partir de 1984 apenas um dos três pavilhões do forte ficou aberto ao público em geral como Museu Municipal, exibindo o seu património de modo mais ordenado: arqueológico, histórico e etnográfico (renda de bilros, peças consagradas à pesca e à construção naval). Foram então feitos melhoramentos no chamado Núcleo da Resistência, com restauros e a reconstituição do ambiente como prisão política (celas individuais e parlatórios). Neste último, os visitantes podem conhecer a cela onde esteve preso o secretário-geral do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, e alguns dos seus desenhos a carvão, bem como o local por onde se evadiu em 1960.

Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo de Portugal na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do Programa REVIVE de recuperação do património imobiliário público, mas passados dois meses foi retirada pela polémica pública suscitada.

Trecho 05

-continua-


 

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

 

A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (4)


No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), em 1830 o tenente-coronel Brandão mandou fortificar o Porto da Areia de Peniche de Cima e ampliar o forte das Cabanas.

Em 1837 uma explosão da pólvora no paiol da fortaleza conduziu a um violento incêndio que destruiu completamente o Palácio do Governador, que não voltou a ser recuperado. (CALADO, 1991:186) Dois anos mais tarde (1839) regista-se a cedência, Praça-forte de Peniche pelo Ministério da Guerra à Câmara Municipal, da área de terreno militar junto à muralha compreendida entre os baluartes da Misericórdia e da Ponte.

Do século XX aos nossos dias

No alvorecer do século XX, no contexto da Segunda Guerra dos Bóeres (1899-1902), as dependências da fortaleza – nomeadamente o quartel de São Marcos e o meio-baluarte da Misericórdia - foram utilizadas em 1901, como abrigo para os bóeres que se haviam refugiado dos britânicos na colónia portuguesa de Moçambique.

À época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na Praça-forte de Peniche estiveram detidos cidadãos alemães e austríacos.

Em 1928 registou-se a cedência da fortaleza para sanatório de tuberculosos. Poucos anos mais tarde, durante o Estado Novo português (1930-1974), a fortaleza foi convertida em prisão política de segurança máxima (1934).

Ao final da década, o conjunto da Fortaleza de São Francisco e da frente abaluartada da Praça de Peniche, e todas as muralhas militares que constituem os baluartes e cortinas existentes na vila, foi classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 28.536, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 66, de 22 de março de 1938.

Neste período iniciou-se a intervenção do poder público, pela Direcção Geral das Edificações e Monumentos Nacionais (DGEMN), que em 1939 procedeu a reparação e consolidação de nove guaritas da fortaleza.

Em 1945 um Decreto determinou a entrega da fortaleza ao Ministério da Justiça, integrando a jurisdição da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), que nesse mesmo ano foi substituída pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE).

A DGEMN procedeu à abertura de um arco na frente abaluartada, entre o meio baluarte de São Vicente e o meio baluarte da Camboa (ou Gamboa), para acesso à praia de banhos, assim como a reparação do túnel de mar (1947). Em 1949 uma petição da Câmara Municipal de Peniche solicitou a inclusão da Fortaleza e da frente urbana abaluartada de Peniche no Plano de Restauração dos Monumentos Nacionais. No ano seguinte (1950) procedeu-se a delimitação da zona de proteção da fortaleza e da cortina abaluartada proposta pela DGEMN.

Na madrugada de 18 para 19 de dezembro de 1954, o dirigente do Partido Comunista Português, António Dias Lourenço, prisioneiro que quinze dias antes provocara um incidente para ser recolhido ao Baluarte Redondo, então zona de isolamento conhecida como "O Segredo", conseguiu evadir-se por uma abertura de 20 x 40 centímetros que serrou na almofada de madeira da porta da cela, descendo em seguida 20 metros de muralha até ao mar com uma corda feita com lençóis rasgados em tiras. A improvisada corda rompeu-se, fazendo-o cair ao mar. Foi arrastado para o largo por refluxo das ondas. Com muito esforço, esgotado, conseguiu, no entanto, alcançar terra e lograr escapar escondido, com a conivência de pescadores, numa camioneta de transporte de pescado.

Trecho 04

-continua-


 

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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

 

A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (3)



 

A Guerra da Restauração e a fortificação abaluartada

No contexto da Guerra de Restauração (1640-1668), nas Cortes de Lisboa, já em 1641, os procuradores do concelho de Atouguia advertiram para a necessidade de fortificar a praia da Consolação e de se iniciar as obras defensivas em Peniche, pois só estavam concluídos o Fortim do Redondo e as muralhas adjacentes.

Em 1642 o Conselho de Guerra enviou o engenheiro-mor Charles Lassart (à altura em Cascais) a Peniche para verificar as obras e averiguar a necessidade de alterar o projeto.

Oito navios estrangeiros fundearam em 1644 nas águas das Berlengas. No ano seguinte (1645) as obras em Peniche estavam concluídas, conforme inscrição sobre o Portão de Armas da fortaleza, que reza:

"ESTA FORTALEZA FOI COMEÇADA PELO INVENCÍVEL CONDE LUÍS, DUAS VEZES VICE-REI DA INDIA, POR ORDEM DO SERENISSIMO REI D. JOÃO III E, INTERROMPIDA DURANTE XII LUSTROS PELA TIRANIA DE CASTELA, FOI CONCLUIDA, IMPONENTE E TEMIVEL, PELO CONDE JERONIMO, SEU DESCENDENTE, SOB O AUGUSTISSIMO D. JOÃO IV, LIBERTADOR DO REINO. CONFIA-O ESTA LAPIDE Praça-forte de Peniche. E À POSTERIDADE. ANO DO SENHOR DE 1645."

Em 7 de agosto de 1657 D. António Luís de Meneses, 1.º marquês de Marialva, Charles Lassart e Simão Mateus deslocaram-se a Peniche para efetuarem um desenho mais conveniente da frente abaluartada. Na ocasião acordaram "(…) que se devia fortificar a vila de mar a mar com dois baluartes e dois meios

Em 1658 D. Jerónimo de Ataíde, foi nomeado para superintendente das obras da praça de Peniche, sendo assistido pelo Governador da Praça, Manuel Freire de Andrade.

Em 1666 teve lugar o ataque da armada espanhola, sob o comando de D. Diego de Ibarra, ao Forte da Berlenga, seriamente danificado na ocasião.

O século XVIII

Em 1702 teve lugar a nomeação de Luís Estevão para Capitão Engenheiro da Praça de Peniche Nesse mesmo período, em 1721 faltavam terraplanar alguns baluartes na cortina oriental e construir uma contraescarpa que obstasse a invasão das areias, que dificultavam a navegação, e registou-se a reconstrução do Real Hospital Militar de Peniche.

O terramoto de 1755 arruinou parte da cortina do Morraçal de Peniche de Baixo

Na sequência do atentado a José I de Portugal (1750-1777), D. Jerónimo de Ataíde, 11.º conde de Atouguia - acusado de cumplicidade no processo dos Távora – teve confiscados todos os bens e picadas as suas armas sobre o portão da Praça-forte (1759).

Em 1773 procederam-se obras de remodelação da capela de Santa Bárbara, no interior da fortaleza. Pouco depois, em 1777, o governador da Praça, Veríssimo Ferreira de Matos Souto, produziu um relatório endereçado Praça-forte de Peniche ao visconde de Ponte de Lima, onde o informava sobre o estado das defesas de Peniche.

Em 1800 o Tenente-coronel do Real Corpo de Engenheiros, Eusébio Dias Azedo, empreendeu a construção de novas baterias, com o objetivo de dificultar o desembarque nas enseadas.

O século XIX

As dificuldades económicas acarretadas pelas sucessivas obras defensivas na Praça, levaram a que a população, em 1805, da Praça-forte de Peniche, pedisse mercê a Maria I de Portugal (1777-1816) para lhe ser facilitado o pagamento dos impostos, ao que a rainha atendeu favoravelmente.

A defesa proporcionada pela Praça-forte, entretanto, revelou-se ineficaz no contexto da Guerra Peninsular (1808-1814) quando da invasão napoleónica sob o comando de Jean-Andoche Junot, quando aqui desembarcaram tropas franco-espanholas (dezembro de 1807). No ano seguinte (1808) enquanto as tropas napoleónicas construíam uma bateria no carreiro do cabo e no Porto da Areia, iniciaram o levantamento de um fortim no Baleal.

Trecho 03

-continua-

 

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domingo, 10 de janeiro de 2021

 

A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (2)


O FORTE SEISCENTISTA

Alvo de ataques recorrentes de corsários ingleses, franceses e de piratas da Barbária, Manuel I de Portugal (1495-1521) ordenou a instalação, em 1537, de 4 quatro navios latinos armados, de 25 a 30 toneladas, em Peniche. (FARIA, Manoel Severim de. “Notícias de Portugal”. Lisboa: António Isidoro da Fonseca (1655) 1740. pp. 71-72.)

De acordo com D. Afonso de Ataíde, 3.º Senhor da Praça-forte de Peniche e da Casa de Atouguia, o soberano acalentou ainda a ideia de uma defesa permanente daquele trecho do litoral, conforme referido em carta a seu sucessor, João III de Portugal (1521-1557):

Em 1544 D. João III recomendou a D. Afonso de Ataíde a construção de um castelo ou baluarte na península. Naquele mesmo ano, a 15 de julho, o senhor de Atouguia informou "(…) que o melhor lugar pera se fazer a fortaleza é no ilhéu das Cabanas, porque está sobre a boca do rio e em lugar mui conveniente pera se defender"

As obras do Fortim do Redondo tiveram lugar entre 1557 e 1558 conforme testemunha a inscrição epigráfica sobre o seu pórtico, que reza: "IMPERATE SERENISSIMO REGE/IOANE III EREXIT HOC P PVGNA/CLVM D LVDOVICVS DA TAIDE/INCEPTUM FVIT AÑO 1557/ET FINITV AÑO 1558 R Praça-forte de Peniche EGÑA/TE INVICTISSIMO REGE LVSI/TANORVM SEBASTIANO PRIMO". Com traça atribuída a Diogo Teles, revela influência dos fortes henriquinos do sul de Inglaterra, mormente do “Falmouth Fort” (“Pendennis Castle”) (1540-1543)

Sebastião I de Portugal (1557-1578) subiu ao trono em 1568, nomeando D. Luís de Ataíde, 3.º conde de Atouguia, para o cargo de Vice-rei da Índia (1568-1571). Os trabalhos na fortificação ficaram suspensos até 1572, quando foram retomados sob a responsabilidade do mestre-de-obras Gonçalo de Torralva (irmão de Diogo de Torralva).

Durante a União Ibérica (1580-1640), Filipe II de Espanha (1556-1598) enviou o engenheiro militar Filippo Terzi a Peniche para consolidar o Fortim e as muralhas e estudar possíveis melhoramentos (1589).

 Foi aqui que as tropas inglesas, cedidas por Isabel I de Inglaterra (1558-1603), sob o comando de Francis Drake, em apoio a António de Portugal, Prior do Crato, iniciaram a sua marcha sobre Lisboa (maio de 1589), na tentativa infrutífera de restaurar a soberania portuguesa. Tendo-se deparado com forte resistência nas imediações da capital, as tropas inglesas retiraram, reembarcando em Cascais, episódio que deu origem à expressão "amigos de Peniche".

Reconhecendo a posição estratégica de Peniche, em 1605 Filipe III, Praça-forte de Peniche Espanha (1598-1621), recomendou ao vice-rei D. Pedro de Castilho: "(…) ordeneis que Leonardo Turriano meu engenheiro que vá ver ocularmente o forte e sítio em que está, Peniche.

A povoação pesqueira foi elevada a vila e sede de concelho (1609), momento em que o engenheiro militar Luís Gabriel foi incumbido de comandar as obras da fortaleza, tendo ainda orientado as obras do porto e do abastecimento de água.

Em 1625 Filipe IV de Espanha (1621-1665) alertou para a urgência de se edificar um forte nas Berlengas, local muito visitado por corsários.

Trecho 02

-continua-


 

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

 

A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (1)


Assim é o nome de registo do imóvel que nos surripiaram.

Como os actuais políticos, surripiadores da fortaleza a que me refiro, parece continuarem interessados em ocultar a totalidade da história e do que representou para o nosso país aquele nosso imóvel, vou, na minha modesta competência e com a ajuda de quem, verdadeiramente, está informado, procurar ir até onde for possível.

Trata-se de um documento extenso, como extensa e diversificada foi a história, e, por isso, entendo ser de distribuir o seu conteúdo por vários escritos a incluir neste blogue.

Procurarei que a imagem de introdução seja sempre a mesma e, para isso, escolhi aquela que representa o seu começo, o Redondo.

PRAÇA-FORTE DE PENICHE

A “Praça-forte de Peniche” localiza-se na freguesia e concelho de Peniche, no distrito de Leiria, em Portugal.

O seu conjunto defensivo, que sucedeu em funções o antigo Castelo de Atouguia da Baleia (do qual subsistem hoje apenas vestígios), era coadjuvado pelo Forte da Praia da Consolação e pelo Forte de São João Baptista da Berlenga.

História e Antecedentes

Alguns autores admitem que a origem do topónimo “Peniche” derive de “Phoenix”, nome de uma antiga povoação na ilha de Creta, cuja configuração geográfica era semelhante à da primitiva ilha de Peniche. Até à Idade Média, essa ilha situava-se a cerca de oitocentos passos do continente, junto à foz do rio São Domingos.

A partir de meados do século XV, por ação das correntes marítimas e dos ventos, registou-se o assoreamento do canal entre a ilha de Peniche e o continente, vindo as areias a formar progressivamente um cordão de dunas que os uniu e fez desaparecer o importante porto de Atouguia, entretanto sucedido pelo de Peniche nas funções de porto pesqueiro e ponto de acesso privilegiado a localidades do centro do país como Leiria, Óbidos, Santarém, Torres Vedras e Lisboa.

Trecho 1

-continua-

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

 

CASTELO DE ATOUGUIA DA BALEIA (4)




À época da União Ibérica (1580-1640) Peniche foi elevada a vila (1609) e transformada em concelho (1610), por Filipe III de Espanha (1598-1621). À época, o centro defensivo também se deslocara para o chamado “castelo da vila” de Peniche (ver Praça-forte de Peniche).

José I de Portugal (1750-1777) extinguiu o condado de Atouguia, mandando justiçar o último conde por cumplicidade no atentado contra a sua vida, no âmbito do Processo dos Távora (1759). A povoação passou para os domínios da Coroa.

No século XIX, o concelho de Atouguia da Baleia foi extinto e as suas freguesias (Atouguia da Baleia e Serra d'El-Rei) incorporadas no de Peniche, por proposta do Ministro Passos Manuel e decreto de Maria II de Portugal (1826-1828; 1834-1853), a 6 de novembro de 1836.

Em 1950 foi feito o pedido para ser organizado o processo de classificação das ruínas do castelo, o que apenas se concretizou em 2003 quando do despacho de homologação para classificação como Imóvel de Interesse Público do Ministro da Cultura, em 23 de maio. Os restos da torre e muralhas do antigo Castelo de Atouguia da Baleia encontram-se classificados como Imóvel de Interesse Público pela Portaria n.º 107/2006, publicada no Diário da República, II Série nº 6, de 9 de janeiro de 2006.

O que hoje conhecemos é um pequeno troço de muralha, de prolongamento aparentemente oval, reforçado a noroeste por uma torre de planta retangular. O perfil aparentemente oval do troço da cerca, constitui-se em indício importante para que se atribua uma datação gótica à obra, que se acredita tratar-se, com grande probabilidade, de um setor da alcáçova, desenvolvendo-se o restante sistema defensivo em redor da igreja de São Leonardo e ruas vizinhas. Terá existido ainda uma cerca urbana, possivelmente rasgada por pelo menos duas portas, de que nos restou apenas a toponímia de uma delas: a "Porta do Sol".

Características

Fortificação litoral, ribeirinha; com função de defesa do porto de mar.

O castelo apresentava planta oval, com estrutura em cantaria com aparelho ciclópico e rusticado, com torre adossada por fora das muralhas.

Origem – (Guia dos Castelos Antigos de Portugal e Os Mais Belos Castelos de Portugal)

Trecho 4

NOTA – Procurei, com estas 4 publicações, dar alguma notoriedade a um monumento, muito pouco divulgado, que comecei a admirar quando ainda jovem de seis anos, o meu avô paterno tinha uma pequena várzea no sopé do castelo, toda aquela área foi zona de traquinice, mas não fui eu que dei fama ao monumento.

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Afonso I de Portugal - Portugal                  Sancho I of Portugal Portugal - Afonso II de Portugal Portugal - Denis of Portugal - Ferdinand I of Portugal - Afonso V of Portugal - Philip III of Spain - Jerónimo de Ataíde Portugal

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Related bibliography - Guia dos Castelos Antigos de Portugal (Vol. I - Norte do Rio Tejo)

C. T. North – Book 2002-   Os Mais Belos Castelos de Portugal - Julio Gil - Augusto Cabrita

Book – 1992 -   Portugal antigo e moderno (V1, V2 e V3)

Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal

Printed Document – 1873 - Portugal antigo e moderno (V4, V5 e V6)

Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal

Printed Document – 1874 - Portugal antigo e moderno (V7, V8 e V9)

Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal

Printed Document – 1876 -   Portugal antigo e moderno (V10, V11 e V12)

Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal

Printed Document - 1882 

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CONTRIBUTION

Updated at 01/08/2020 by the tutor Carlos Luís M. C. da Cruz.

    

 


 

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

 

CASTELO DE ATOUGUIA DA BALEIA (3)


Em 1448 Afonso V de Portugal (1438-1481) concedeu a D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, pelos bons serviços prestados ao Reino, o título de 1º conde de Atouguia, fazendo-lhe a doação da povoação.

O primeiro documento conhecido onde o sobrenome “da Baleia” aparece é o "Tombo da Albergaria e Confraria do Santo Espírito de Atouguia", de 1507, onde se lê "Atouguia da Baleia", na linha 28 da primeira página. Em 1510 a povoação recebeu o "Foral Novo" de Manuel I de Portugal (1495-1521), passado em Santarém. O episódio do cetáceo que aqui deu à costa neste período é relatado por Frei Fernando da Soledade dando conta de que, no ano de 1526 (11 de fevereiro), deu à costa uma baleia, "no lugar, & sitio aonde chamado a Areia Branca", que "tinha de comprimento trinta côvados", cuja corpulência "fazia vulto de hum navio de oitenta toneladas" e que "a espadana da cauda tinha vinte palmos de largura, & na boca lhe cabiam dous homens de pé, e muito à sua vontade". (“História Seráfica Cronológica da Ordem de São Francisco da Província de Portugal”, 1705.) Na igreja de São Leonardo pode ser vista uma costela petrificada de baleia, de grandes proporções.

O progressivo assoreamento da foz do rio São Domingos e da enseada de Atouguia, que ligou a ilha de Peniche ao continente por um cordão de dunas, conduziu ao desenvolvimento da povoação de Peniche: no século XVI, João III de Portugal (1521-1557) ordenou que se reparassem as muralhas de Atouguia, numa altura em que a costa portuguesa era ameaçada por piratas e corsários. D. Luís de Ataíde, então senhor da vila, reconheceu, no entanto, o carácter secundário da fortificação, em benefício do porto e castelo de Peniche, para o qual conseguiu mesmo transferir as verbas reais.

Trecho 3

-continua-


 

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sábado, 2 de janeiro de 2021

 

CASTELO DE ATOUGUIA DA BALEIA (2)


No reinado de Sancho I de Portugal (1185-1211), a povoação recebeu novo foral (1187), altura em que já se menciona esta estrutura militar, bem como se alude à necessidade de o sistema defensivo integrar as atalaias dispersas pelo concelho. Embora se desconheça como teria sido esse primitivo castelo, dado que as estruturas remanescentes já são posteriores ao século XII, acredita-se que fosse conforme os pressupostos românicos, com cerca a limitar um pátio interior, em cujo centro, isolada, se elevaria uma torre de menagem. No mesmo reinado, vindo todos os frades do Convento de São Julião a falecer de peste, o património deste foi incorporado ao Mosteiro de Alcobaça (1191).

Afonso II de Portugal (1211-1223) confirmou o foral da povoação (Santarém, 1218).

Dinis I de Portugal (1279-1325) doou a vila e a sua alcaidaria à sua esposa, a rainha Santa Isabel, o que permite uma aproximação cronológica - embora puramente dedutiva - para a renovação do seu sistema defensivo, que deveria alargar-se ainda ao vizinho paço da Serra de El-Rei, a cerca de 5 quilómetros de Atouguia. Neste período Atouguia ganhou uma feira anual no dia de seu orago, São Leonardo (6 de novembro), alcançando o auge de seu movimento marítimo, onde a par da atividade pesqueira, desenvolveu-se a de construção naval. A atividade de fomento ao povoamento e à defesa sob este reinado, assim como a ameaça representada ao litoral português pelos piratas oriundos do Norte d’África, corroboram a hipótese de que as defesas da Atouguia e seu castelo tenham conhecido reforço e melhorias.

 O genovês Emmanuele di Pezagna (Manuel Pessanha), contratado por D. Dinis como almirante para organizar a marinha portuguesa e combater a pirataria, aqui manteve a sua base de operações. Um decreto do mesmo soberano determinava a obrigatoriedade da nomeação de 30 homens da Atouguia, com armas e bagagens, durante seis semanas por ano, para a defesa deste porto e costas de Portugal.

Posteriormente, sob o reinado de Fernando I de Portugal (1367-1383) aqui tiveram lugar Cortes Gerais (1373 ou 1376), o que comprova a sua importância à época.

Trecho 2

-continua-

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