quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
OS PROJECTOS DA CÂMARA MUNICIPAL
Há três anos anunciavam-nos o projecto para a SEGUNDA FASE
da obra do Fosso das Muralhas.
Agora, 26 janeiro 2021, foi assinado o auto de consignação
que assinala o arranque das obras para a reabilitação do antigo edifício da
Central Elétrica de Peniche.
“O projeto que começa agora a sua execução difere do
projeto inicial, porquanto no início do atual mandato o Executivo Municipal
aprovou uma alteração ao projeto urbanístico e às funcionalidades, que
contemplou a criação de um espaço de galeria destinada a sala multifunções,
permitindo a criação de um espaço colaborativo de incubação de empresas,
criação de espaços mais amplos e a deslocalização das instalações de apoio ao
Estúdio de Dança para o seu interior. O edifício contempla ainda as
funcionalidades biblioteca, sala de leitura, espaço Internet, espaços
expositivos com caráter permanente e temporário e auditório para 192
espectadores.”
Nota – O texto acima faz parte do anunciado no portal
municipal onde é possível ver 216 fotografias de obras executadas entre
03/07/2020 e 27/01/2021.
Etiquetas: Política Local
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
PORQUE OCULTAM OS NÚMEROS REAIS
A totalidade da comunicação social e partidos políticos
publicam os resultados de votação, dos vários candidatos, referindo a
percentagem obtida em relação aos votantes.
Ora, como a abstenção está avaliada em 60%, estamos apenas a
dar notícia da vontade expressa por 40% dos inscritos nos cadernos eleitorais!
Porquê? Porque têm vergonha da realidade? Com que intenção
estão a enganar-nos?
Então aqui ficam os números da realidade, em percentagem dos
inscritos nos cadernos eleitorais:
Marcelo Rebelo de Sousa 24,28%
Ana Gomes 5,18%
André Ventura 4,76%
João Ferreira 1,73%
Marisa Matias 1,58%
Tiago Mayan 1,29%
Vitorino Silva 1,18%
São estes os números que temos de refletir, é esta realidade
que diz o que representam os nossos políticos.
É partindo da sua apreciação que devemos preocupar-nos com o
que se está a passar e quando os políticos de esquerda ou de direita
papaguearem, sabermos o que eles representam para os portugueses e exigirmos as
alterações de comportamento, necessárias à sua credibilidade perante a
generalidade dos portugueses.
Etiquetas: Política
sábado, 23 de janeiro de 2021
NÃO BASTAVA O QUE SE PASSA EM PORTUGAL?
Como português, que prezo de ser, custa-me ver o meu país emporcalhado por um idiota, aliás, por um conjunto de idiotas que nos envergonham.
Etiquetas: Política
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (6)
Características
Exemplar de arquitetura militar, abaluartado, de
enquadramento urbano, marítimo e isolado, na cota de cerca de treze metros
acima do nível do mar.
O conjunto defensivo caracteriza-se pela otimização das
peculiaridades orográficas de Peniche. As diversas construções militares
abaluartadas erguidas em torno desta península, tornam-na uma praça-forte
inexpugnável: a sul, a Fortaleza de São Francisco, que corresponde à cidadela
da vila de Peniche, implanta-se sobre escarpa rochosa, sobranceira à Ribeira
Velha ou Portinho (onde atualmente se lança o molhe em betão do porto de pesca)
e liga-se no outro extremo ao Alto da Vila; a oeste, o Fortim de Santo António,
a Bateria do Porto da Areia, a Bateria do Carreiro do Cabo e o Fortim de Nossa
Senhora da Vitória (todos desaparecidos); a norte, o Forte de Nossa Senhora da
Luz (em ruína) e a Bateria do Quebrado (derruída); a leste, o Forte das Cabanas
e a frente urbana abaluartada. Essas estruturas defensivas articulavam-se com o
Forte de São João Baptista da Berlenga (a NO) e o Forte de Nossa Senhora da
Consolação (a S) e com o Fortim do Baleal (a N, desaparecido).
Trecho final
Tudo o que foi descrito nestes seis trechos, evidenciam
que a realidade FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO é parte integrante de um todo que se
chama Peniche, que ela é uma peça indispensável à actividade cultural da nossa
terra como pedaço importante da nossa história, não posso e o povo da minha
terra não pode descansar, enquanto não for revertida a situação que abutres sem
escrúpulos e qualquer tipo de vergonha nos vieram ROUBAR.
Cada um carregará aquilo que for o seu grau de culpa e,
se tiver algum pingo de vergonha, lembrar-se-á para sempre da triste figura de
que foram interpretes.
Tudo o que se passou durante a preparação deste
vergonhoso acto final, foi denunciado, noticiado e criticado em abundância nas
páginas deste blogue, embora sem atingir o objectivo de alertar e incitar a
população da minha terra a demonstrar, na rua, a sua repulsa pela usurpação da
nossa fortaleza.
Este conjunto de publicações está integrado na etiqueta
(Fortaleza), bastando clicar nessa indicação para que fique ao seu dispor todas
as minhas intervenções acerca do triste acontecimento.
Etiquetas: Fortaleza
sábado, 16 de janeiro de 2021
A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (5)
A 3 de janeiro de 1960, teve lugar a chamada "fuga
de Peniche", protagonizada por Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos
Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro
Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues, graças à conivência
de um elemento da Guarda Nacional Republicana (GNR) que anuiu à imobilização
com clorofórmio de um seu colega responsável pela vigilância dos prisioneiros.
O guarda em questão conduziu os fugitivos, um a um, agachados debaixo do seu
capote de oleado, até a um troço mais escuro da muralha, de onde desceram para
o exterior também com o auxílio de uma corda feita de lençóis.
No início da década de 1980, quando os últimos retornados
das ex-colónias deixaram a fortaleza, um grupo de naturais de Peniche, com a
concordância da Câmara Municipal e a colaboração de pessoas e entidades de
diversas áreas, como o Museu Nacional de Arqueologia, criou nas suas
dependências um museu vocacionado para invocar por um lado fatos e memórias da
resistência antifascista contra o Estado Novo (setor da resistência) e por
outro de Peniche, dando relevo ao mar como elemento dominante no seu contexto
natural e histórico (Praça-forte de Peniche setor local). A maior parte do
atual acervo provém de doações feitas à época. Nessa fase várias iniciativas
culturais tiveram lugar no salão nobre com regularidade.
A partir de 1984 apenas um dos três pavilhões do forte ficou
aberto ao público em geral como Museu Municipal, exibindo o seu património de
modo mais ordenado: arqueológico, histórico e etnográfico (renda de bilros,
peças consagradas à pesca e à construção naval). Foram então feitos melhoramentos
no chamado Núcleo da Resistência, com restauros e a reconstituição do ambiente
como prisão política (celas individuais e parlatórios). Neste último, os
visitantes podem conhecer a cela onde esteve preso o secretário-geral do
Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, e alguns dos seus desenhos a
carvão, bem como o local por onde se evadiu em 1960.
Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada
pelo Governo de Portugal na lista de monumentos históricos a concessionar a
privados, no âmbito do Programa REVIVE de recuperação do património imobiliário
público, mas passados dois meses foi retirada pela polémica pública suscitada.
Trecho 05
-continua-
Etiquetas: Fortaleza
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (4)
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), em 1830
o tenente-coronel Brandão mandou fortificar o Porto da Areia de Peniche de Cima
e ampliar o forte das Cabanas.
Em 1837 uma explosão da pólvora no paiol da fortaleza
conduziu a um violento incêndio que destruiu completamente o Palácio do
Governador, que não voltou a ser recuperado. (CALADO, 1991:186) Dois anos mais
tarde (1839) regista-se a cedência, Praça-forte de Peniche pelo Ministério da Guerra
à Câmara Municipal, da área de terreno militar junto à muralha compreendida
entre os baluartes da Misericórdia e da Ponte.
Do século XX aos nossos dias
No alvorecer do século XX, no contexto da Segunda Guerra dos
Bóeres (1899-1902), as dependências da fortaleza – nomeadamente o quartel de
São Marcos e o meio-baluarte da Misericórdia - foram utilizadas em 1901, como
abrigo para os bóeres que se haviam refugiado dos britânicos na colónia
portuguesa de Moçambique.
À época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na
Praça-forte de Peniche estiveram detidos cidadãos alemães e austríacos.
Em 1928 registou-se a cedência da fortaleza para sanatório
de tuberculosos. Poucos anos mais tarde, durante o Estado Novo português
(1930-1974), a fortaleza foi convertida em prisão política de segurança máxima
(1934).
Ao final da década, o conjunto da Fortaleza de São Francisco
e da frente abaluartada da Praça de Peniche, e todas as muralhas militares que
constituem os baluartes e cortinas existentes na vila, foi classificado como
Monumento Nacional pelo Decreto n.º 28.536, publicado no Diário do Governo, I
Série, n.º 66, de 22 de março de 1938.
Neste período iniciou-se a intervenção do poder público,
pela Direcção Geral das Edificações e Monumentos Nacionais (DGEMN), que em 1939
procedeu a reparação e consolidação de nove guaritas da fortaleza.
Em 1945 um Decreto determinou a entrega da fortaleza ao
Ministério da Justiça, integrando a jurisdição da Polícia de Vigilância e
Defesa do Estado (PVDE), que nesse mesmo ano foi substituída pela Polícia
Internacional e de Defesa do Estado (PIDE).
A DGEMN procedeu à abertura de um arco na frente
abaluartada, entre o meio baluarte de São Vicente e o meio baluarte da Camboa
(ou Gamboa), para acesso à praia de banhos, assim como a reparação do túnel de
mar (1947). Em 1949 uma petição da Câmara Municipal de Peniche solicitou a
inclusão da Fortaleza e da frente urbana abaluartada de Peniche no Plano de
Restauração dos Monumentos Nacionais. No ano seguinte (1950) procedeu-se a delimitação
da zona de proteção da fortaleza e da cortina abaluartada proposta pela DGEMN.
Na madrugada de 18 para 19 de dezembro de 1954, o dirigente
do Partido Comunista Português, António Dias Lourenço, prisioneiro que quinze
dias antes provocara um incidente para ser recolhido ao Baluarte Redondo, então
zona de isolamento conhecida como "O Segredo", conseguiu evadir-se
por uma abertura de 20 x 40 centímetros que serrou na almofada de madeira da
porta da cela, descendo em seguida 20 metros de muralha até ao mar com uma
corda feita com lençóis rasgados em tiras. A improvisada corda rompeu-se,
fazendo-o cair ao mar. Foi arrastado para o largo por refluxo das ondas. Com
muito esforço, esgotado, conseguiu, no entanto, alcançar terra e lograr escapar
escondido, com a conivência de pescadores, numa camioneta de transporte de
pescado.
Trecho 04
-continua-
Etiquetas: Fortaleza
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (3)
A Guerra da Restauração e a fortificação abaluartada
No contexto da Guerra de Restauração (1640-1668), nas Cortes
de Lisboa, já em 1641, os procuradores do concelho de Atouguia advertiram para
a necessidade de fortificar a praia da Consolação e de se iniciar as obras
defensivas em Peniche, pois só estavam concluídos o Fortim do Redondo e as
muralhas adjacentes.
Em 1642 o Conselho de Guerra enviou o engenheiro-mor Charles
Lassart (à altura em Cascais) a Peniche para verificar as obras e averiguar a
necessidade de alterar o projeto.
Oito navios estrangeiros fundearam em 1644 nas águas das
Berlengas. No ano seguinte (1645) as obras em Peniche estavam concluídas,
conforme inscrição sobre o Portão de Armas da fortaleza, que reza:
"ESTA FORTALEZA FOI COMEÇADA PELO INVENCÍVEL CONDE
LUÍS, DUAS VEZES VICE-REI DA INDIA, POR ORDEM DO SERENISSIMO REI D. JOÃO III E,
INTERROMPIDA DURANTE XII LUSTROS PELA TIRANIA DE CASTELA, FOI CONCLUIDA,
IMPONENTE E TEMIVEL, PELO CONDE JERONIMO, SEU DESCENDENTE, SOB O AUGUSTISSIMO
D. JOÃO IV, LIBERTADOR DO REINO. CONFIA-O ESTA LAPIDE Praça-forte de Peniche. E
À POSTERIDADE. ANO DO SENHOR DE 1645."
Em 7 de agosto de 1657 D. António Luís de Meneses, 1.º
marquês de Marialva, Charles Lassart e Simão Mateus deslocaram-se a Peniche
para efetuarem um desenho mais conveniente da frente abaluartada. Na ocasião
acordaram "(…) que se devia fortificar a vila de mar a mar com dois
baluartes e dois meios
Em 1658 D. Jerónimo de Ataíde, foi nomeado para
superintendente das obras da praça de Peniche, sendo assistido pelo Governador
da Praça, Manuel Freire de Andrade.
Em 1666 teve lugar o ataque da armada espanhola, sob o
comando de D. Diego de Ibarra, ao Forte da Berlenga, seriamente danificado na
ocasião.
O século XVIII
Em 1702 teve lugar a nomeação de Luís Estevão para Capitão
Engenheiro da Praça de Peniche Nesse mesmo período, em 1721 faltavam
terraplanar alguns baluartes na cortina oriental e construir uma contraescarpa
que obstasse a invasão das areias, que dificultavam a navegação, e registou-se
a reconstrução do Real Hospital Militar de Peniche.
O terramoto de 1755 arruinou parte da cortina do Morraçal de
Peniche de Baixo
Na sequência do atentado a José I de Portugal (1750-1777),
D. Jerónimo de Ataíde, 11.º conde de Atouguia - acusado de cumplicidade no
processo dos Távora – teve confiscados todos os bens e picadas as suas armas
sobre o portão da Praça-forte (1759).
Em 1773 procederam-se obras de remodelação da capela de
Santa Bárbara, no interior da fortaleza. Pouco depois, em 1777, o governador da
Praça, Veríssimo Ferreira de Matos Souto, produziu um relatório endereçado
Praça-forte de Peniche ao visconde de Ponte de Lima, onde o informava sobre o
estado das defesas de Peniche.
Em 1800 o Tenente-coronel do Real Corpo de Engenheiros,
Eusébio Dias Azedo, empreendeu a construção de novas baterias, com o objetivo
de dificultar o desembarque nas enseadas.
O século XIX
As dificuldades económicas acarretadas pelas sucessivas
obras defensivas na Praça, levaram a que a população, em 1805, da Praça-forte
de Peniche, pedisse mercê a Maria I de Portugal (1777-1816) para lhe ser
facilitado o pagamento dos impostos, ao que a rainha atendeu favoravelmente.
A defesa proporcionada pela Praça-forte, entretanto,
revelou-se ineficaz no contexto da Guerra Peninsular (1808-1814) quando da
invasão napoleónica sob o comando de Jean-Andoche Junot, quando aqui
desembarcaram tropas franco-espanholas (dezembro de 1807). No ano seguinte
(1808) enquanto as tropas napoleónicas construíam uma bateria no carreiro do
cabo e no Porto da Areia, iniciaram o levantamento de um fortim no Baleal.
Trecho 03
-continua-
Etiquetas: Fortaleza
domingo, 10 de janeiro de 2021
A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (2)
O FORTE SEISCENTISTA
Alvo de ataques recorrentes de corsários ingleses, franceses
e de piratas da Barbária, Manuel I de Portugal (1495-1521) ordenou a
instalação, em 1537, de 4 quatro navios latinos armados, de 25 a 30 toneladas,
em Peniche. (FARIA, Manoel Severim de. “Notícias de Portugal”. Lisboa: António
Isidoro da Fonseca (1655) 1740. pp. 71-72.)
De acordo com D. Afonso de Ataíde, 3.º Senhor da Praça-forte
de Peniche e da Casa de Atouguia, o soberano acalentou ainda a ideia de uma
defesa permanente daquele trecho do litoral, conforme referido em carta a seu
sucessor, João III de Portugal (1521-1557):
Em 1544 D. João III recomendou a D. Afonso de Ataíde a
construção de um castelo ou baluarte na península. Naquele mesmo ano, a 15 de
julho, o senhor de Atouguia informou "(…) que o melhor lugar pera se fazer
a fortaleza é no ilhéu das Cabanas, porque está sobre a boca do rio e em lugar
mui conveniente pera se defender"
As obras do Fortim do Redondo tiveram lugar entre 1557 e
1558 conforme testemunha a inscrição epigráfica sobre o seu pórtico, que reza:
"IMPERATE SERENISSIMO REGE/IOANE III EREXIT HOC P PVGNA/CLVM D LVDOVICVS
DA TAIDE/INCEPTUM FVIT AÑO 1557/ET FINITV AÑO 1558 R Praça-forte de Peniche
EGÑA/TE INVICTISSIMO REGE LVSI/TANORVM SEBASTIANO PRIMO". Com traça
atribuída a Diogo Teles, revela influência dos fortes henriquinos do sul de Inglaterra,
mormente do “Falmouth Fort” (“Pendennis Castle”) (1540-1543)
Sebastião I de Portugal (1557-1578) subiu ao trono em 1568,
nomeando D. Luís de Ataíde, 3.º conde de Atouguia, para o cargo de Vice-rei da
Índia (1568-1571). Os trabalhos na fortificação ficaram suspensos até 1572,
quando foram retomados sob a responsabilidade do mestre-de-obras Gonçalo de
Torralva (irmão de Diogo de Torralva).
Durante a União Ibérica (1580-1640), Filipe II de Espanha
(1556-1598) enviou o engenheiro militar Filippo Terzi a Peniche para consolidar
o Fortim e as muralhas e estudar possíveis melhoramentos (1589).
Foi aqui que as
tropas inglesas, cedidas por Isabel I de Inglaterra (1558-1603), sob o comando
de Francis Drake, em apoio a António de Portugal, Prior do Crato, iniciaram a
sua marcha sobre Lisboa (maio de 1589), na tentativa infrutífera de restaurar a
soberania portuguesa. Tendo-se deparado com forte resistência nas imediações da
capital, as tropas inglesas retiraram, reembarcando em Cascais, episódio que
deu origem à expressão "amigos de Peniche".
Reconhecendo a posição estratégica de Peniche, em 1605
Filipe III, Praça-forte de Peniche Espanha (1598-1621), recomendou ao vice-rei
D. Pedro de Castilho: "(…) ordeneis que Leonardo Turriano meu engenheiro
que vá ver ocularmente o forte e sítio em que está, Peniche.
A povoação pesqueira foi elevada a vila e sede de concelho
(1609), momento em que o engenheiro militar Luís Gabriel foi incumbido de
comandar as obras da fortaleza, tendo ainda orientado as obras do porto e do
abastecimento de água.
Em 1625 Filipe IV de Espanha (1621-1665) alertou para a
urgência de se edificar um forte nas Berlengas, local muito visitado por
corsários.
Trecho 02
-continua-
Etiquetas: Fortaleza
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
A FORTALEZA DE SÃO FRANCISCO (1)
Assim é o nome de registo do imóvel que nos surripiaram.
Como os actuais políticos, surripiadores da fortaleza a que
me refiro, parece continuarem interessados em ocultar a totalidade da história
e do que representou para o nosso país aquele nosso imóvel, vou, na minha
modesta competência e com a ajuda de quem, verdadeiramente, está informado,
procurar ir até onde for possível.
Trata-se de um documento extenso, como extensa e
diversificada foi a história, e, por isso, entendo ser de distribuir o seu
conteúdo por vários escritos a incluir neste blogue.
Procurarei que a imagem de introdução seja sempre a mesma e,
para isso, escolhi aquela que representa o seu começo, o Redondo.
PRAÇA-FORTE DE PENICHE
A “Praça-forte de Peniche” localiza-se na freguesia e
concelho de Peniche, no distrito de Leiria, em Portugal.
O seu conjunto defensivo, que sucedeu em funções o antigo
Castelo de Atouguia da Baleia (do qual subsistem hoje apenas vestígios), era
coadjuvado pelo Forte da Praia da Consolação e pelo Forte de São João Baptista
da Berlenga.
História e Antecedentes
Alguns autores admitem que a origem do topónimo “Peniche”
derive de “Phoenix”, nome de uma antiga povoação na ilha de Creta, cuja
configuração geográfica era semelhante à da primitiva ilha de Peniche. Até à
Idade Média, essa ilha situava-se a cerca de oitocentos passos do continente,
junto à foz do rio São Domingos.
A partir de meados do século XV, por ação das correntes
marítimas e dos ventos, registou-se o assoreamento do canal entre a ilha de
Peniche e o continente, vindo as areias a formar progressivamente um cordão de
dunas que os uniu e fez desaparecer o importante porto de Atouguia, entretanto
sucedido pelo de Peniche nas funções de porto pesqueiro e ponto de acesso
privilegiado a localidades do centro do país como Leiria, Óbidos, Santarém,
Torres Vedras e Lisboa.
Trecho 1
-continua-
Etiquetas: Fortaleza
quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
CASTELO DE ATOUGUIA DA BALEIA (4)
À época da União Ibérica (1580-1640) Peniche foi elevada a
vila (1609) e transformada em concelho (1610), por Filipe III de Espanha
(1598-1621). À época, o centro defensivo também se deslocara para o chamado
“castelo da vila” de Peniche (ver Praça-forte de Peniche).
José I de Portugal (1750-1777) extinguiu o condado de
Atouguia, mandando justiçar o último conde por cumplicidade no atentado contra
a sua vida, no âmbito do Processo dos Távora (1759). A povoação passou para os
domínios da Coroa.
No século XIX, o concelho de Atouguia da Baleia foi extinto
e as suas freguesias (Atouguia da Baleia e Serra d'El-Rei) incorporadas no de
Peniche, por proposta do Ministro Passos Manuel e decreto de Maria II de
Portugal (1826-1828; 1834-1853), a 6 de novembro de 1836.
Em 1950 foi feito o pedido para ser organizado o processo de
classificação das ruínas do castelo, o que apenas se concretizou em 2003 quando
do despacho de homologação para classificação como Imóvel de Interesse Público
do Ministro da Cultura, em 23 de maio. Os restos da torre e muralhas do antigo
Castelo de Atouguia da Baleia encontram-se classificados como Imóvel de
Interesse Público pela Portaria n.º 107/2006, publicada no Diário da República,
II Série nº 6, de 9 de janeiro de 2006.
O que hoje conhecemos é um pequeno troço de muralha, de
prolongamento aparentemente oval, reforçado a noroeste por uma torre de planta
retangular. O perfil aparentemente oval do troço da cerca, constitui-se em
indício importante para que se atribua uma datação gótica à obra, que se
acredita tratar-se, com grande probabilidade, de um setor da alcáçova,
desenvolvendo-se o restante sistema defensivo em redor da igreja de São
Leonardo e ruas vizinhas. Terá existido ainda uma cerca urbana, possivelmente
rasgada por pelo menos duas portas, de que nos restou apenas a toponímia de uma
delas: a "Porta do Sol".
Características
Fortificação litoral, ribeirinha; com função de defesa do
porto de mar.
O castelo apresentava planta oval, com estrutura em cantaria
com aparelho ciclópico e rusticado, com torre adossada por fora das muralhas.
Origem – (Guia dos Castelos Antigos de Portugal e Os Mais
Belos Castelos de Portugal)
Trecho 4
NOTA – Procurei, com estas 4 publicações, dar alguma
notoriedade a um monumento, muito pouco divulgado, que comecei a admirar quando
ainda jovem de seis anos, o meu avô paterno tinha uma pequena várzea no sopé do
castelo, toda aquela área foi zona de traquinice, mas não fui eu que dei fama
ao monumento.
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Afonso I de Portugal - Portugal Sancho I of Portugal Portugal - Afonso II de
Portugal Portugal - Denis of Portugal - Ferdinand I of Portugal - Afonso V of
Portugal - Philip III of Spain - Jerónimo de Ataíde Portugal
PRINT THE RELATED CHARACTER
Related bibliography - Guia dos Castelos Antigos de Portugal (Vol. I - Norte do Rio Tejo)
C. T. North – Book 2002- Os Mais Belos Castelos de Portugal - Julio
Gil - Augusto Cabrita
Book – 1992 - Portugal antigo e moderno (V1, V2 e V3)
Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal
Printed Document – 1873 - Portugal antigo e moderno (V4,
V5 e V6)
Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal
Printed Document – 1874 - Portugal antigo e moderno (V7,
V8 e V9)
Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal
Printed Document – 1876 - Portugal antigo e moderno (V10, V11 e V12)
Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal
Printed Document - 1882
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CONTRIBUTION
Updated at 01/08/2020 by the tutor Carlos Luís M. C. da
Cruz.
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
CASTELO DE ATOUGUIA DA BALEIA (3)
Em 1448 Afonso V de Portugal (1438-1481) concedeu a D.
Álvaro Gonçalves de Ataíde, pelos bons serviços prestados ao Reino, o título de
1º conde de Atouguia, fazendo-lhe a doação da povoação.
O primeiro documento conhecido onde o sobrenome “da Baleia”
aparece é o "Tombo da Albergaria e Confraria do Santo Espírito de
Atouguia", de 1507, onde se lê "Atouguia da Baleia", na linha 28
da primeira página. Em 1510 a povoação recebeu o "Foral Novo" de
Manuel I de Portugal (1495-1521), passado em Santarém. O episódio do cetáceo
que aqui deu à costa neste período é relatado por Frei Fernando da Soledade
dando conta de que, no ano de 1526 (11 de fevereiro), deu à costa uma baleia,
"no lugar, & sitio aonde chamado a Areia Branca", que "tinha
de comprimento trinta côvados", cuja corpulência "fazia vulto de hum
navio de oitenta toneladas" e que "a espadana da cauda tinha vinte
palmos de largura, & na boca lhe cabiam dous homens de pé, e muito à sua vontade".
(“História Seráfica Cronológica da Ordem de São Francisco da Província de
Portugal”, 1705.) Na igreja de São Leonardo pode ser vista uma costela petrificada
de baleia, de grandes proporções.
O progressivo assoreamento da foz do rio São Domingos e da
enseada de Atouguia, que ligou a ilha de Peniche ao continente por um cordão de
dunas, conduziu ao desenvolvimento da povoação de Peniche: no século XVI, João
III de Portugal (1521-1557) ordenou que se reparassem as muralhas de Atouguia,
numa altura em que a costa portuguesa era ameaçada por piratas e corsários. D.
Luís de Ataíde, então senhor da vila, reconheceu, no entanto, o carácter
secundário da fortificação, em benefício do porto e castelo de Peniche, para o
qual conseguiu mesmo transferir as verbas reais.
Trecho 3
-continua-
Etiquetas: Antigamente
sábado, 2 de janeiro de 2021
CASTELO DE ATOUGUIA DA BALEIA (2)
No reinado de Sancho I de Portugal (1185-1211), a povoação
recebeu novo foral (1187), altura em que já se menciona esta estrutura militar,
bem como se alude à necessidade de o sistema defensivo integrar as atalaias
dispersas pelo concelho. Embora se desconheça como teria sido esse primitivo
castelo, dado que as estruturas remanescentes já são posteriores ao século XII,
acredita-se que fosse conforme os pressupostos românicos, com cerca a limitar
um pátio interior, em cujo centro, isolada, se elevaria uma torre de menagem.
No mesmo reinado, vindo todos os frades do Convento de São Julião a falecer de
peste, o património deste foi incorporado ao Mosteiro de Alcobaça (1191).
Afonso II de Portugal (1211-1223) confirmou o foral da
povoação (Santarém, 1218).
Dinis I de Portugal (1279-1325) doou a vila e a sua
alcaidaria à sua esposa, a rainha Santa Isabel, o que permite uma aproximação
cronológica - embora puramente dedutiva - para a renovação do seu sistema defensivo,
que deveria alargar-se ainda ao vizinho paço da Serra de El-Rei, a cerca de 5
quilómetros de Atouguia. Neste período Atouguia ganhou uma feira anual no dia
de seu orago, São Leonardo (6 de novembro), alcançando o auge de seu movimento
marítimo, onde a par da atividade pesqueira, desenvolveu-se a de construção
naval. A atividade de fomento ao povoamento e à defesa sob este reinado, assim
como a ameaça representada ao litoral português pelos piratas oriundos do Norte
d’África, corroboram a hipótese de que as defesas da Atouguia e seu castelo
tenham conhecido reforço e melhorias.
Posteriormente, sob o reinado de Fernando I de Portugal
(1367-1383) aqui tiveram lugar Cortes Gerais (1373 ou 1376), o que comprova a
sua importância à época.
Trecho 2
-continua-
Etiquetas: Antigamente
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