PENICHE - MINHA TERRA

“Um debate urgente e sério sobre as pescas em Portugal”

Eu acrescento:

E em Peniche já é tardio.

Recomendo a leitura do livro, que apresentei, para todos os bem intencionados e verdadeiros filhos de Peniche, não vale a pena esperar por aqueles que, sendo de Peniche, também ajudaram a pôr a nossa barca no fundo.

No modesto blogue que mantenho há anos, sob a etiqueta pescas, está devidamente guardada a minha opinião sobre este tema, portanto, não é agora que estou a argumentar que o debate já é tardio.

Na verdade, se a nível nacional é necessário, em Peniche, aqueles que pretendem, verdadeiramente, o regresso desta actividade fulcral para a nossa terra, já se deviam ter mexido há muito tempo. 

Trata-se de um documento a que todos temos o direito de ter acesso, como confirmo, mas que depois, ao longo do ano, não somos capazes de acompanhar, como é nosso direito, a forma como estão a ser executadas as obrigações a que os nossos dirigentes políticos se obrigaram.

Aí, o assunto não é para se saber e, muito menos, para ser comentado.

Ora, os dois passarinhos não estariam, porventura, preocupados com o hino ao amor, provavelmente estariam mais num acto de sobrevivência, tal como nós, munícipes desta minha terra, que não conseguimos saber em que situação estamos.

Pois bem, o documento tem o nome das “Grandes Opções do Plano” a cuja percentagem de execução não temos acesso.

O que sei, é que se tivesse responsabilidades autarcas nesta minha terra, pintava a minha cara de preto se esta situação se mantivesse.

É mais um exemplo do estado a que chegamos.

Sinto-me envergonhado com o que vi e revoltado por constatar que os anjolas inocentes dos penicheiros que pactuaram, com a acção do roubo, que agora, ao jeito dos cobardolas, que são, não têm a dignidade de aceitar que foram traídos e preferem ficar com o rótulo de traidores, que são.

 Das dez pessoas que encontrei a deambular pelo recinto, perfeitamente perdidas e sob a observação de dois seguranças, duas auxiliares de limpeza e um recepcionista acabaram por dar com a tal sala onde, uma especialista na matéria, perante uma série de jornais expostos em vitrinas e uma maqueta do edifício, vai vendendo a história que a fizeram empinar.

Verdade seja, que não tiveram a coragem de cobrar bilhete de entrada, fica para acrescentar à dívida nacional.

Agora o que verdadeiramente indigna é a figura que Peniche está a fazer perante os poucos que casualmente ali entram e dos muitos que, mais ou menos encarneiradamente para ali são conduzidos.

Isto não vos diz nada senhores autarcas, a minha terra não merece que, pelo menos, mandem fechar a porta até haver algo que não brigue com a sua dignidade e com a dos seus habitantes?