quarta-feira, 17 de agosto de 2022
A MENTIRA NÃO É EDUCATIVA
Agora uns fundamentalistas resolveram atribuir, àqueles e ao
chorão , a exclusiva causa do desaparecimento das plantas únicas, cujas características
estavam perfeitamente adaptadas ao isolamento da vida em ilha.
O local fotografado está situado no cimo da ilha onde nunca
chegou o chorão e os corredores escavados pelo rato preto e coelhos, na sua vida corrente,
foram benéficos na irrigação do solo ali fixado, segundo a explicação de um credível
cientista com quem tive o gosto de conviver.
Todo este meu escrito resulta da afirmação que está inserida
num caderno pedagógico sobre a Berlenga, que a seguir reproduzo, para que o
leitor possa constatar.
Pessoalmente repudio estas afirmações, pela evidência dos
fatos e porque estou convencido que o pior mal para o que está acontecendo à
flora da ilha, está na acidificação e impermeabilização do solo provocada pela elevada acumulação
de excrementos e penas, bem como ao excesso de pisoteio, causados pelo, cada
mais crescendo, número de gaivotas que nidificam indiscriminadamente na ilha,
ao que perece, como aves protegidas dos fundamentalistas, dado que o seu
controlo nunca foi conseguido.
Então segue o texto referido:
Das ilhas até à sala de aula
“A vegetação das Berlengas caracteriza-se por possuir espécies de porte herbáceo arbustivo, de entre as quais se destacam três espécies endémicas, bem adaptadas às condições adversas das ilhas.
Arméria-das-berlengas(Armeria berlengensis)
Esta espécie teve um decréscimo acentuado nas populações,
sendo considerada uma espécie Criticamente em Perigo (CR).
Cresce em forma de coxim (adaptação evolutiva contra ventos
fortes), com floração de abril a maio, desenvolvendo-se principalmente nos
locais orientados para norte, em solos rochosos, enraizando-se entre as fendas
do granito conseguindo assim viver nas falésias e afloramentos rochosos.
Pulicária-das-berlengas (Pulicaria microcephala)
É uma planta pequena e muito ramificada. A floração ocorre a
partir de março até julho e as suas flores são amarelas, e, embora mais
pequenas, são semelhantes às flores da comum calêndula.
Estas comunidades vegetais foram muito afetadas pela
introdução de espécies vegetais invasoras (chorão Carpobrotus edulis) e pela
pressão de herbivoria do coelho. A presença do rato-preto, a elevada densidade
da população de gaivotas e também o pisoteio provocado por visitantes que saem
dos trilhos foram fatores que contribuíram para degradação da flora nativa.”
Etiquetas: Berlenga
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