quarta-feira, 26 de julho de 2023

 

O DESERTO NO CIMO DA BERLENGA








Estou e socorrer-me de fotografias muito antigas para poder transmitir, a alguns dos novos e actuais utentes da Berlenga, a razão de ser do título deste escrito.

Naquele tempo todo o território florescia em determinada época do ano e, mesmo no pico do Verão, eram visíveis as estruturas secas das plantas que ali proliferavam.

As armérias, que pela sua adaptação àquele ambiente, viram o seu nome alterado para “Arméria Berlengalis”, cobriam toda a encosta ocidental na zona da Quebrada, enquanto algumas outras plantas escolhiam zonas específicas, proporcionando um colorido diferenciado entre vários locais.

Estou certo, que alguns dos meus leitores constatam a veracidade do que acabei de vos transmitir, hoje, porém, cada vez vai sendo mais difícil observar os aspectos que relatei.

Tudo tem uma razão de ser, os efeitos da evolução do clima terão a sua parte, mas, como se passa em todo o mundo, o “bicho homem” também ajudou a que aqui se chegasse e, por isso, lhe é exigida a obrigação “inteligente” de procurar a respectiva compensação.

O solo da Berlenga continua a ser nitrificado com toneladas de excrementos de pássaros que, aliadas a outras tantas toneladas de penas secas o vão impermeabilizando e, portanto, cada vez haverá menos água disponível, água que é indispensável às ditas plantas.

Naturalmente que haverá medidas possíveis no sentido de alterar esta situação da Berlenga e, é aqui, que vou introduzir a minha discordância com a equipa que gere, mal digo eu, a Berlenga.

A irradicação do rato preto e dos coelhos acabou com a abertura de túneis que as duas espécies abriam em todo o território, por onde a água se infiltrava, constituindo as reservas que faziam a cobertura das necessidades das plantas e víamos escorrer nas fontes existentes, enquanto a excessiva protecção das avezinhas, de que apenas contesto o excesso, vai permitindo a exagerada impermeabilização do solo.

É, do meu ponto de vista, urgente que se tomem as medidas tendentes a facilitar o armazenamento da água, ou teremos o desaparecimento das plantinhas que, também, fazem falta às avezinhas.

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